Filme: Nell
A velha Sra. Violet Kelty vivia isolada na floresta, numa cabana, era uma eremita: “vivia só”.
Certo dia ao ir levar-lhe as compras, o rapaz da mercearia encontra-a morta.
O rapaz corre para a cidade e avisa o médico, Jerry Lovell, que entretanto se desloca até ao local. Quando entra na cabana o médico ouve um choro e é então que descobre uma miúda. Vai ter com ela e toca-lhe, ela agride-o.
Ao pegar num livro que pertencia à Sra. Violet, o médico encontra um papel no qual esta pede à primeira pessoa que encontrar a miúda que cuide dela.
O médico fica receoso.
Vai se embora, deixando a miúda sozinha, aos prantos, mas ao entardecer não resiste e volta à cabana.
É então que descobre que a mãe da miúda tinha uma paralisia numa das partes da face, e que por esse mesmo motivo utilizava uma linguagem distorcida.
A miúda havia sido criada sem nunca sair da cabana e nunca tinha tido contacto com outras pessoas, exceptuando com a mãe.
O médico descobre que a miúda se chama Nell, e começa a criar uma empatia por ela.
Entretanto há uma assistente social que se desloca até à cabana e fica muito entusiasmada por Nell não saber falar inglês, por ser “selvagem”.
A assistente social consegue uma ordem judicial para internar Nell, mas o Dr. Lovell opõe-se.
A questão é então encaminhada para tribunal e o juiz adia a decisão por 3 meses, durante os quais será feita uma avaliação à vida de Nell.
A assistente social e o médico decidem então ir viver para a floresta para seguir de perto o caso.
O médico considera que a Nell é feliz no seu habitat natural e que não precisa da ajuda de ninguém, para além disso tem medo do que os cientistas que possam fazer.
Pelo contrário, a assistente considera que Nell deve ser internada e que a mãe ao privá-la da vida social lhe “roubou” metade da vida.
Sem que ninguém saiba a assistente social instala câmaras na cabana.
Quando anoitece o médico procura Nell, que apesar de já ser uma mulher está muito pouco desenvolvida.
Ele tente falar com ela, ela compreende-o, aproxima-se de um espelho para o qual começa a dançar e a cantar.
Começa a estabelecer-se uma relação entre ambos. O médico conta-lhe uma história da sua infância e ela encosta-se a ele, e fala com ele, embora na sua linguagem distorcida, surpreendendo-o.
O médico vai até à cabana onde a assistente social se encontra e apercebe-se de que esta encheu a cabana de Nell com câmaras. Enquanto discutem, Nell vai até ao lago e sem saber que os dois a estão a observar, despe-se e mergulha.
Nell mostra-se feliz, brinca como uma criança.
O médico confessa à assistente social que existe uma ligação especial, que não consegue explicar, entre ele e Nell.
No dia seguinte, ao conversar novamente com Nell, o Dr. Lovell descobre, pelos gestos que Nell faz, que a sua mãe, Sra. Violet, havia sido violada, e que a miúda era fruto dessa violação.
O médico apercebe-se que, na sua linguagem distorcida, Nell lhe chama “anjo da guarda”.
À noite, quando Nell vai até ao lago para o seu banho, o médico que a observa decidi juntar-se a ela, despe-se e mergulha. Nell não se assusta e começa a brincar com ele, “falando”.
Nell tem medo de sair de casa durante o dia. Para a ajudá-la a combater esse medo o médico compra pipocas e aos poucos atrai-a para fora. É então que a menina lhe mostra o cadáver da pessoa para quem dançava e cantava ao espelho.
O Médico “junta as peças” e descobre que Nell tinha uma irmã gémea que morreu, entre os 6 e os 10 anos, ou seja, que havia morrido à 20 anos.
Nell começa a ver o médico e a assistente, que estão constantemente a discutir, como um casal.
Os jornalistas, interessados na história de Nell, começam a fazer de tudo para se aproximar dela, pelo que, para seu próprio bem Nell é levada para o hospital.
Ao chegar ao hospital Nell fica apática, deixa de falar, deixa de reagir.
Para salvar a miúda do estado em que se encontra, Dr. Lovell foge com ela, leva-a para um hotel, mas Nell nem assim reage.
A assistente descobre o médico e no meio de uma conversa, enquanto Nell dorme, acabam por se beijar.
O dia seguinte é o dia do julgamento.
No tribunal o médico defende que deverá ser Nell a escolher o seu futuro, ao que todos respondem que ela não é capaz de escolher o seu destino por ser uma selvagem que nem sequer se consegue expressar.
Nell levanta-se e começa a falar, o médico traduz tudo o que ela diz: É feliz, não gostou do que viu na cidade, ficou com medo, só quer continuar a ser como era…
Cinco anos depois…
A assistente e o médico têm uma filha.
Nell comemora o seu aniversário no sitio onde continua a viver… na cabana.
Hereditariedade e meio & o filme “ Nell”
Tanto a hereditariedade como o meio influenciam a personalidade de cada um, não podendo afirmar-se que um influencia mais do que o outro.
Cada pessoa tem o seu período óptimo para realizar determinada actividade tal como andar, falar, etc.
Nell nasceu com todas as estruturas biológicas (herdadas) que lhe proporcionariam a aprendizagem da linguagem.
No entanto, o facto de a sua mãe ter uma paralisia numa das partes da face fez com que aprendesse a falar como ouvia, ou seja, mal, utilizava uma linguagem distorcida. Esta foi a influência do meio, assim, Nell aprendeu a linguagem que era utilizada no meio social em que vivia – na cabana com a sua mãe.
Nell teve dificuldade em aprender a falar inglês porque em criança tinha aprendido mal, passou o seu período óptimo (período crítico), logo teve mais dificuldade, acabando por nunca conseguir recuperar os anos de atraso, nunca conseguiu falar inglês correctamente.
Hereditariedade, meio e o tempo (períodos críticos) influenciam a aprendizagem.